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Teste: Chevrolet S10 cabine simples 2.4 flex

06/06/2012

Ela não emite aquele assobio de turbo, típico das picapes a diesel. Também não ostenta o luxo e o conforto dos modelos de cabine dupla. O painel simples não tem ar-condicionado digital, e não há airbag nem como item opcional. Tem pisca nos retrovisores, mas não vem com rádio. As portas não travam automaticamente, e o motor 2.4 flex é antigo, apesar das mudanças – caso do cárter de alumínio. Mas há compensações. Enquanto as picapes de cabine dupla, motor a diesel, câmbio automático e tração 4x4 passam de R$ 130 mil, nesta Chevrolet S10 a conversa é outra. É verdade que você perde metade da cabine, mas também economiza mais da metade do dinheiro. Com esse motor, ela parte de R$ 58.868 (LS), ou R$ 61.890 na versão LT, como a testada. A cabine é simples, mas para compensar a caçamba é dupla. Enquanto a picape de cabine dupla é praticamente um carro de passeio, o modelo de cabine simples nasceu para trabalhar, ou para quem tem muita coisa para carregar. Moto, por exemplo, não poderia pegar carona nos modelos de quatro portas e cinco lugares. Mas, com uma caçamba de 2,32 metros, espaço é o que não falta. As fotos estão aí para provar. É claro que, em troca do conforto para a carga, o interior foi um pouco sacrificado. O visual moderno está lá. No trânsito, todo mundo olha para ela com cara de admiração. Às vezes, pinta até uma dor de cotovelo – no próprio motorista. Isso porque o porta-objetos central é alto. Assim, quando se puxa a segunda marcha, normalmente bate-se o braço nele. O painel segue a modernidade do exterior e ostenta o quadro de instrumentos inspirado no do Camaro. Mas falta muita coisa. O volante não tem controle de som – até porque o carro não tem aparelho de som. Na falta dele, fui ouvindo os ruí-dos da transmissão. E eles não foram música para meus ouvidos. A impressão é que alguma coisa ali entre o câmbio e o eixo cardã tem folga. Se a cabine é um pouco apertada (o espaço para bolsas atrás dos bancos é restrito), na caçamba sobra lugar. A GM fala em 1.570 litros de carga (sem ultrapassar as laterais). E a capacidade de carga é de 1.078 kg. O motor 2.4 flex de até 147 cv consegue dar boa agilidade à picape de 1.672 kg e 5,37 metros. Na pista, fez 0 a 100 km/h em 13,1 segundos (a versão de cabine dupla cumpriu a prova em 14,3 s). O problema é que, para isso, o esforço do motor é grande. A relação peso-potência é de 11,4 kg/cv. Por causa desse esforço, o motor precisa se alimentar muito bem – ou cair no alcoolismo, como é o caso. Para ir de São Paulo a Tatuí, num percurso de 141 km, a picape tomou 20,2 litros de etanol: média de 7,0 km/l. Na cidade, a média foi de 4,9 km/l, também com o combustível renovável. Entre os itens de série da versão LT estão ar-condicionado, direção hidráulica, ABS, computador de bordo, alarme, trio elétrico, faróis de neblina, rodas de alumínio aro 16, chave canivete e grade de proteção no vidro traseiro. Som, protetor de caçamba e capota “marítima” são acessórios, vendidos na concessionária, uma forma de melhorar um pouco o faturamento da rede autorizada. Afinal, quase todo mundo vai optar por sair da loja com o trio. Sem protetor de caçamba, a carga risca a lataria com muita facilidade.