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Estepe temporário: conheça os riscos

05/03/2012

Até há pouco tempo, ele era um tabu, visto com desconfiança. Afinal, aquele pneu que parecia de motocicleta era coisa de carro importado. Mas algo está mudando no porta-malas de alguns recentes lançamentos. De uma hora para outra, Honda Civic, Chevrolet Cobalt e Ford New Fiesta chegaram trazendo uma nova modalidade de estepe: em vez de um quinto pneu com a mesma medida dos demais, esses três lançamentos têm em comum o fato de virem com um reserva bem mais fino. Essa tendência se explica pelo fato de que raramente pneus novos sofrem furos, o que não justifica a existência de um estepe adicional na mesma medida dos demais. Entre as vantagens estão economia de espaço no porta-malas, menos “peso morto” (o que melhora consumo), menor custo de reposição e diminuição de risco de roubo – afinal, estepe de medida normal tem atraído muito a cobiça de ladrões. Por essas e outras, a tendência nos novos automóveis é a de que o estepe temporário seja algo reservado ao uso em emergências. Em alguns casos, aliás, até eles foram banidos. Superesportivos como a Ferrari normalmente adotam reparadores instantâneos. E alguns veículos com pneus muito grandes vêm com estepes murchos e compressores, para serem enchidos quando necessário (o que elimina ocupação desnecessária de espaço no porta-malas). OK, estepe fino é bom, mas há algumas limitações, que mostramos neste teste exclusivo. Ao contrário do “titular”, o reserva deve ser utilizado no máximo a 80 km/h. Isso porque ele é muito mais fino que os pneus de uso normal. No Civic, enquanto os quatro pneus que dão expediente todos os dias têm medida 205/55 R16 (20,5 cm de largura na banda de rodagem), o de emergência não passa de 10 cm. Isso significa que, com ele rodando, a estabilidade fica comprometida, porque de um lado há muito mais área de borracha em contato com o solo do que do outro. Ao contrário do “titular”, o reserva deve ser utilizado no máximo a 80 km/h Andando com cuidado e respeitando as limitações momentâneas (pelo menos até chegar ao próximo borracheiro), não há nenhum problema. Mas e se, mesmo abaixo de 80 km/h, for necessário frear bruscamente ou fazer um desvio repentino de trajetória? No caso de uma frenagem de emergência, o sistema ABS tende a compensar algum desequilíbrio. Foi o que ocorreu com o Civic. A eletrônica trabalhou e saímos muito bem do que poderia ser um problemão. Entretanto e se o carro não tiver o sistema antitravamento? Simulamos essas situações de emergência. Veja o que aconteceu. Slalom com estepe na frente A primeira reação é de estranheza. De um lado, pneuzão, do outro, pneu que parece ter sido tirado de uma motocicleta. O visual da roda de ferro também não colabora para uma boa apresentação estética. Mas o negócio aqui é emergência. Portanto, ignore a roda fina e preta no Honda imaculadamente branco. Com o estepe temporário na frente, saímos para uma prova de slalom. O Civic exigiu um esforço maior do motorista, que precisou esterçar um pouco mais para que o sedã mantivesse a trajetória e não atropelasse os cones. Isso porque o pneu mais fino tende a escorregar, principalmente quando está do lado de fora da curva (estepe na esquerda, curva para a direita). Mas o carro manteve-se sob controle. Nessa situação, o condutor não teria muita dificuldade para contornar um eventual problema. Frenagem com estepe na frente Nesse caso, a distância de parada aumenta muito. Em frenagens, há transferência de peso da traseira para a dianteira. A traseira levanta, a frente afunda e todo o peso se apoia nos pneus da frente. Como em um dos lados há pouco contato de borracha com o chão (o que torna a frenagem desequilibrada), o ABS se esforça para manter as coisas sob controle – ouve-se com mais intensidade o trabalho do sistema prendendo e soltando as rodas para manter o veículo em linha reta. O carro não roda (o que provavelmente aconteceria caso o veículo não tivesse sistema antitravamento), mas a distância aumenta. Para se ter uma ideia, a 80 km/h, o Civic com pneus normais precisou de 27,9 metros até parar completamente. Com o estepe, foram necessários 30,1 metros, 2,2 metros a mais, acréscimo de quase 10%.
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