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Uma RONDA no tempo com as viaturas policiais do passado

11/09/2016

As viaturas de polícia saem das ruas para entrar na história e viram atração em museus de São Paulo.

* Reportagem originalmente publicada no Caderno Paulista em março de 2012

Ao longo dos anos, a população se acostumou a ver diferentes visuais das viaturas de polícia na cidade de São Paulo, com variações de modelos, cores e estilos. E certos modelos marcaram de maneira particular algumas épocas e tornaram-se ícones das forças públicas. Esses foram preservados tanto pela Polícia Militar como pela Civil e hoje são motivo de orgulho por ajudar a contar a história das corporações em museus.

Na década de 50, a Polícia Militar usou até Jeep Willys com motor quatro-cilindros e tração 4x4 para o transporte de oficiais. A mudança mais significativa na imagem dos veículos militares, entretanto, ocorreu nas décadas de 60 e 70, quando as viaturas ganharam as cores laranja solar e preta, tradicionais durante o regime militar.

Entre os modelos mais característicos da época está o Corcel, que atuava nas rondas ostensivas especiais e que fazia o policiamento do sistema tático móvel, assim como a Veraneio, modelo que acabou por se tornar um dos símbolos da repressão nos anos da ditadura.

Era comum também o emprego descaracterizado do utilitário da GM, sem pintura policial e com placas que então eram amarelas. Mas ninguém tinha dúvida sobre a atividade dos quatro homens à paisana a bordo de uma versão geralmente standard do utilitário.

Com 2 toneladas e 5,16 metros, ela nunca foi campeã de estabilidade e exigia doses iguais de perícia e coragem por parte de seus motoristas. “O modelo da Chevrolet também foi muito usado pela Rota, devido ao amplo espaço interno e à versatilidade”, diz o capitão Cássio Araújo de Freitas.

Outro automóvel utilizado em larga escala foi o Fusca. Por ser econômico e fácil de ser conduzido, a “baratinha”, como ficou conhecido, predominava na frota da Polícia Militar. Um dos últimos modelos a ser incorporados às garagens da PM foi o de ano 1986 movido a álcool, devidamente pintado de cinza e branco, que eram as cores padrão daquela força.

O carro foi utilizado desde a década de 60, inclusive na Guarda Civil. “A corporação dava preferência ao Fusca, pois sua manutenção era simples e barata”, afirma o capitão Freitas. “Quando um Fusca quebrava no meio da estrada, era fácil encontrar alguém que soubesse consertá-lo, pois tinha mecânica simplificada.”

Se o Ford Corcel representou uma evolução em relação ao Fusca, o Opala pode ser considerado um ícone. Ele trazia porta-munição e porta-arma no console central, além do porta-cassetete bem embaixo do cinto de segurança. Também podia transportar presos ou vítimas, já que a grade divisora podia ser aberta.

Na frota atual, a Chevrolet Blazer pode ser considerada o modelo mais utilizado. Ela conta com motor quatro-cilindros, porta-metralhadora na parte traseira e sinalizador com leds. Mas, com o aumento da oferta de utilitários esportivos no mercado, ela já começa a perder terreno. “A Toyota ganhou a licitação mais recente e nossa frota já conta com 40 Hilux”, diz o capitão Freitas, ressaltando que essa é primeira vez que a Rota adota um veículo de outra marca. Segundo ele, são ao todo sete programas de policiamento, como o escolar e o ostensivo, e as demandas são diferenciadas. Essa é a explicação para o uso de Fusca e a frota atual escolar composta de Chevrolet Classic.

Nem todas as viaturas mostradas nesta reportagem estão expostas, o que deve acontecer futuramente, segundo o capitão Sérgio Marques, porta-voz da Polícia Militar paulistana.

A Polícia Civil também conserva seu acervo de viaturas, e tem em comum com a PM a Veraneio e o Fusca. “Eles eram mais utilizados na década de 70, mas havia ainda Rural, Jeep Willys e VW Variant”, diz o delegado Miguel Affonso de Castilho, professor da Academia de Polícia. Já o sedã Dodge Dart, com seu motorzão V8, era privilégio da diretoria.

Na década de 80, a frota foi substituída pela primeira geração de Gol, Voyage e Santana.

 
 

Fonte: Quatro Rodas

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