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Teste: novo Suzuki Vitara surpreende pelo desempenho

13/01/2017

Pioneiro dos SUVs compactos, o Suzuki Vitara retorna ao país para atuar em dois segmentos distintos. Será que dá para ele?

O Vitara fez a fama da Suzuki por aqui. Ele aportou no Brasil em 1991 e construiu a imagem de um jipe pequeno e robusto. Só que ele cresceu tanto que mudou de nome (Grand Vitara) e virou, na segunda geração, o clone do Chevrolet Tracker. Agora o Vitara está de volta, mais urbano e menos lameiro.

O modelo estreia com três opções de acabamento e duas de tração e de motor. De olho em Jeep Renegade, Honda HR-V e Nissan Kicks, chegam as versões 4All (1.6 manual a R$ 83.900 e 1.6 automático a R$ 89.990) e 4You (R$ 94.990 no 4×2 e R$ 99.990 no 4×4, sempre automático).

Mirando mais alto no Jeep Compass e Hyundai ix35 (além das versões mais caras do Renegade), há a versão 4Sport (1.4 turbo com 4×2 a R$ 107.990 e 4×4 a R$ 112.990, ambos automáticos). Mas cuidado com o tamanho, pois ele é 6 cm menor que o Renegade.

Antes de encarar a concorrência, no entanto, o Vitara precisa conquistar seu espaço dentro de casa, já que conviverá com o S-Cross (R$ 77.900 a R$ 108.900), que parece mais um hatch médio, e o velho Grand Vitara (R$ 85.900 a R$ 113.800), que é um SUV mais defasado, porém maior.

O design não prima pela ousadia, mas é moderno e jovial, aparentemente inspirado no Range Rover Evoque em detalhes como os faróis repuxados e o teto numa cor diferente do restante do veículo. A personalização, aliás, é um dos seus chamarizes: além das 22 combinações de cores de carroceria e teto, o cliente pode mudar capas dos espelhos, grade, aros nas saídas de ar-condicionado e apliques no painel.

Apesar dos detalhes vermelhos sugerindo esportividade, o interior prima pela discrição. A cabine é bem-acabada, mas simples demais para um modelo de sua categoria, além de ficar devendo em espaço: seu entre-eixos é 7 cm menor que no Renegade e 11 cm no Compass. A central multimídia tem uma enorme tela de 10 polegadas que permite espelhar o celular e acessar aplicativos como o Waze.

A versão 4Sport tem ainda sete airbags, piloto automático, controle de tração e ESP. Mas ele é o único na sua faixa de preço a oferecer 4×4 – com quatro ajustes de condução. Mesmo assim, alguns itens fazem falta, como o travamento das portas após o veí­culo entrar em movimento e banco do motorista com regulagem elétrica.

Moderno, o Vitara tem qualidades para se sobressair diante de seus rivais. A principal delas é o rendimento do motor 1.4 turbo, o primeiro conjunto sobrealimentado oferecido pela Suzuki no país, com 146 cv e 23,5 mkgf de torque máximo (o 1.6 aspirado tem 126 cv e 16,7 mkgf), associado a uma transmissão automática de seis marchas.

O Vitara foi uma grata surpresa na pista de testes, combinando agilidade nas provas de aceleração (0 a 100 km/h em apenas 8,3 s) e retomada (de 80 a 120 km/h em 5,9 s), marcas superiores à de todos os concorrentes.

Além de ser o Suzuki mais veloz à venda no Brasil (superando até o Swift Sport R), ele é o SUV mais econômico já testado por QUATRO RODAS: 14,4 km/l no ciclo urbano e 17,6 km/l no rodoviário.

Ao volante, o Vitara 1.4 turbo tem o comportamento de um hatch médio. A posição de dirigir não é excessivamente elevada e a direção precisa induz o motorista a conduzir de forma mais esportiva. Diferentemente da maioria dos SUVs, a estabilidade é um dos pontos fortes, inclusive nos trechos sinuosos, nos quais ele faz curvas com segurança.

Bom de dirigir o Suzuki Vitara já mostrou que é. Falta saber agora se ele terá carisma suficiente para atingir a meta de vendas estipulada pela marca (aproximadamente 500 unidades por mês, o equivalente a um Mitsubishi ASX) e conquistar seu espaço ao sol.

Veredicto QUATRO RODAS

O Vitara vai agradar em cheio quem procura desempenho, baixo consumo, opção de tração 4×4 e um design diferente da multidão de Renegade e HR-V que roda por aí. Só faltou ser mais barato e espaçoso.



Teste (com gasolina)

Aceleração de 0 a 100 km/h: 8,3 s
Aceleração de 0 a 1.000 m: 29,5 s – 175,2 km/h
Retomada de 40 a 80 km/h: 3,6 s (em D)
Retomada de 60 a 100 km/h: 4,5 s (em D)
Retomada de 80 a 120 km/h: 5,9 s (em D)
Frenagens de 60/80/120 km/h a 0: 15/26,1/60 m
Consumo urbano: 14,4 km/l
Consumo rodoviário: 17,6 km/l
Ficha técnica

Preço: R$ 107.990
Motor: gas., diant., long., 4 cil., 1.373 cm3; 16V, 146 cv a 5.500 rpm, 23,5 mkgf entre 1.700 e 4.000 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: discos ventilados (diant.) / discos sólidos (tras.)
Direção: elétrica
Rodas e pneus: liga leve, 215/55 R17
Dimensões: comp., 417,5 cm; largura, 177,5 cm; altura, 161 cm; entre-eixos, 250 cm; peso, 1.170 kg; tanque, 47 l; porta-malas, 375 l
Equipamentos de série: assistente de rampa, câmera de ré, partida sem chave, sensor de chuva


Fonte: Quatro Rodas
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