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Quanto custa manter um carrão?
17/04/2012
Já passou por sua cabeça comprar um “carro do sonho” e ficar com ele por um ano? Tudo bem, não precisa ser uma Ferrari, mas talvez um Chevrolet Camaro, um Mini Cooper S, um Land Rover Range Rover Evoque... Perder dinheiro é inevitável, mas para quem abrir mão de um investimento para curtir uma paixão, mesmo que temporária, pode valer a pena. O importante é fazer um planejamento financeiro “pé no chão” para nenhuma surpresa causar um rombo na conta bancária.
Após juntar o dinheiro para quitar o carro à vista ou parte dele, o primeiro passo é pesquisar bem quanto o modelo vai desvalorizar em um ano. De acordo com o gerente sênior de vendas de automóveis da Mercedes-Benz, Dirlei Dias, a desvalorização média é de 15% sobre o valor do veículo. No entanto, tudo depende do perfil de cada região e do carro em si. Por isso, o consultor financeiro Alexandre Lignos recomenda visitar três concessionárias, uma loja grande de carros usados e uma pequena.
A primeira pergunta é quanto eles vendem o tal modelo com um ano de uso. A desvalorização pode chegar a 50% em alguns casos, e a quilometragem conta bastante. A segunda é sobre a procura por este tipo de carro. “Conheça bem o seu sonho. Tem modelo que concessionária nem aceita, porque não consegue revender. Outros ficam seis meses sem conseguir um comprador, e quem vai pagar por este carro parado é você”, afirma Lignos. O custo de um carro à espera de um novo dono pode equivaler a 5% do valor do bem.
Feita a pesquisa, é hora de aumentar a listinha de gastos: IPVA, DPVAT, despachante, combustível, revisões periódicas e seguro. Um tanque cheio de um carrão pode significar R$ 200 por semana, por exemplo. Já o seguro varia bastante conforme localidade, perfil e tipo de veículo; picapes grandes têm as apólices mais altas. Os valores do seguro ficam entre 3,5% e 12%, segundo o consultor: “São os chamados custos indiretos.” Há ainda os imprevisíveis. Um pneu estourado do Evoque, por exemplo, custaria cerca de R$ 1.200. Quanto mais “poderoso” o carro, mais caras serão as peças.
O ideal é conseguir pagar o carro à vista. Mas, se não tiver jeito, tente parcelar o menos possível, para o modelo de R$ 150 mil não virar um de R$ 600 mil com a cobrança de taxas de juros. A dica do consultor financeiro é procurar as promoções de início de ano, quando as lojas querem desovar carros fabricados no ano anterior. “Boas são promoções do tipo ‘pague 50% de entrada e parcele em 12 vezes sem juros’”.
Sonho usado
A compra de um carro com um ano de uso inclui gastos com transferência e depreciação. “No segundo ano, a desvalorização pode ser metade do que foi no primeiro”, diz Lignos. Além disso, há as revisões. Fora as surpresas, pois nem sempre é possível saber como o antigo dono cuidou do veículo.
Carro x aposentadoria
O prazer do tão almejado carro pode até não ter preço, mas Lignos afirma que esse dinheiro pode fazer a diferença entre se aposentar bem ou não: “Ponha no papel quanto renderia o gasto total se o dinheiro fosse aplicado. Quem realiza um sonho fora do que o bolso permite pode ter o futuro comprometido. Isso a pessoa tem de ter em mente”, diz.