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Leilão de antigos tem carro de até R$ 400 mil em MG
11/06/2012
O tempo para um bem valorizar de R$ 250 mil para R$ 380 mil é de pouco mais de 1 minuto. Ao menos em Araxá, no mais sofisticado encontro de carros antigos do Brasil, realizado a cada dois anos no interior de Minas Gerais. O evento reúne centenas de carros raríssimos e os mais alto executivos de empreiteiras, empresas de alimentação, fundos de investimento e até mesmo de montadoras para o mais tradicional leilão de carros antigos do Brasil.
Mais de 100 unidades foram inscritas sob o valor de R$ 300 nesse ano. Cada uma fica cerca de 10 minutos na passarela, onde aproximadamente mil pessoas assistem e dão lances. Para sentar ali basta pagar R$ 30 e tomar água e whisky à vontade. Um empolgado narrador mineiro dá o clima de festa, com gritos de “quem dá mais” nos microfones. Sete meninas postadas diante da platéia ajudam a captar os lances dos compradores que dificilmente descem para ver o carro de perto. Isso mesmo! Pagam de R$ 16 mil até R$ 400 mil sem sequer chegar perto do carro.
Na passarela estão desde os populares Fusca e Voyage até edições raras de Ferrari Dino, Ford Maverick e Ford Thunderbird. Um Fusca de 1969 bateu os R$ 11 mil, mas o proprietário não passou. Paulo Roberto Maciel, de Belo Horizonte (MG), teve mais sorte: adquiriu um Chevrolet Bel Air 1961, arrematado por R$ 61 mil. “Vim para comprar um Pontiac, mas quando vi as linhas desse carro fiquei apaixonado. Gosto de carros com motor V8 e de cor branca”, explica. O que motivou a compra? “A empolgação, o coração acelera demais”.
Já o colecionador Daniel Rocha, de Contagem (MG), não atingiu o valor esperado na Kombi 1961 que era de seu avô. “Freqüento leilões de gado que são mais emocionantes. Aqui me ofereceram R$ 35 mil, mas não dava, quero R$ 45 mil nessa Kombi, é muito inteira”, explica. Assim como ele, a maioria dos vendedores são colecionadores especialistas em compra e venda de carros antigos, vindos de todo o Brasil.
Um Ford Maverick GT 1974 não saiu por R$ 110 mil, assim como o dono de um Ford Modelo A 1929 recusou R$ 48.000 por sua jóia. O proprietário de um Voyage 1993 com 22 mil quilômetros queria R$ 17 mil, mas passou o sedã por R$ R$ 16 mil. Já Tadeu Valente, dono de um Puma 1978, o carro mais rodeado na passarela enquanto Autoesporte acompanhou o leilão, não fechou negócio por R$ 2 mil. “Eu queria R$ 30 mil e só chegou a R$ 28 mil, mas isso não interessa. Esse é um clássico nacional”, orgulha-se.
A grande atração da noite, porém, foi um Ford Thunderbird da década de 50 de cor rosa, arrematada por um alto executivo de uma montadora sul coreana no Brasil. Ele arrematou o belíssimo conversível por nada menos do que R$ 380 mil. Minutos antes, ele já havia comprado um Pontiac da década de 70 por R$ 112 mil. Saiu do Leilão aplaudido e só não foi o dono da noite, pois mais tarde uma Ferrari 365 GTB sairia por R$ 400 mil. Se ambos valem isso? Talvez um pouco menos, mas não importa, pois em Araxá, os compradores pagam o carro e também a empolgação. E essa segunda custa caro. Muito caro.